sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Eleição da mesa diretora da Câmara

O PT, maior partido de oposição, com 55 deputados, não conseguiu unir e liderar uma frente ampla dos partidos democráticos para a eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados.

O partido rompeu o diálogo com o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), cuja eleição à presidência da Câmara apoiou em 2016.

2016

Em 2016, após a prisão do então presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nova eleição foi realizada e Maia foi eleito para um mandato tampão com apoio de um amplo espectro de partidos, indo do PT e PCdoB, passando pelo PSB, PDT, PPS, Rede e chegando ao PSDB e PMDB.

Maia derrotou Rogério Rosso (PSD-DF), o candidato apoiado pelo Centrão, bloco conservador e fisiológico.

2017

Em fevereiro de 2017, Maia foi reeleito e derrotou Jovair Arantes (PTB-GO), também candidato apoiado pelo Centrão. Dessa vez, o PT apoiou André Figueiredo (PDT-CE).

2019

Os petistas romperam com Maia depois que o deputado conseguiu o apoio do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro.

O PT tentou articular um bloco com PP, MDB e PTB e lançar Arthur Lira (PP-AL), mas a articulação fracassou.

Aliados tradicionais como PCdoB e PDT decidiram apoiar Maia e o PSB lançou candidato próprio, João Henrique Caldas (PSB-AL).

Outros partidos da centro-esquerda e do centro, como PPS, PV e PSDB, declararam apoio a Maia.

Porém, por fim, Lira desistiu depois que o seu partido resolveu apoiar Maia.

Vale lembrar que PP, MDB e PTB apoiaram Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial. Seria pouco provável que o deputado do PP representasse um avanço político na comparação com o candidato do DEM.

Ao final, o PT fechou um bloco com PSB, PSOL e Rede na tentativa de sair do isolamento e obter cargos na mesa diretora.

2015

Na eleição de 2015, o PT sofreu uma amarga derrota ao lançar o nome do deputado Arlindo Chinaglia, que teve o apoio da presidente Dilma Rousseff, do PDT e do PCdoB, ficando em 2º lugar, com 136 votos.

Já os demais partidos governistas, capitaneados pelo PMDB, foram vitoriosos com o deputado Eduardo Cunha tendo o apoio do PP, PTB, PSD, PR, PRB e do oposicionista DEM. Cunha obteve 267 dos votos.

A oposição de centro-esquerda lançou o nome do deputado Júlio Delgado, do PSB, apoiado pelo PPS, PV, Rede e pelo centrista PSDB. Delgado ficou em terceiro com 100 votos.

A pequena oposição de esquerda, representada pelo deputado Chico Alencar, do PSOL, obteve 8 votos.

Hoje

As eleições para as mesas diretoras da Câmara e do Senado podem representar um importante contrapeso do Congresso a qualquer tentação autoritária do Executivo capitaneado por Bolsonaro. Acompanhemos os resultados.

Cláudio de Oliveira, jornalista e chargista do jornal Agora São Paulo.

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