segunda-feira, 23 de julho de 2018


A eleição de deputado será tão importante quanto a de presidente

O vencedor nas eleições presidenciais de 2018 dependerá fortemente dos deputados e senadores para governar o país. Muitas das medidas necessárias para a retomada do crescimento econômico e da geração de emprego e renda dependem da aprovação do Congresso. Algumas delas são mudanças na Constituição e precisam do voto de 2/3 dos congressistas.

Há algum tempo formou-se na Câmara o Centrão, um forte bloco de partidos fisiológicos, atualmente composto pelo PP, DEM, PR, PRB e SD. Algumas vezes a eles se juntam o PTB e o PSD.

O Centrão é o que há de mais atrasado e conservador no Congresso, formado principalmente por deputado do chamado “baixo clero” e já elegeu presidentes da Câmara como Severino Cavalcanti e Inocêncio de Oliveira, derrotando os grandes partidos.

Foi esse bloco que se juntou ao PMDB para eleger o deputado Eduardo Cunha presidente da Câmara em 2015, derrotando o candidato do PT, Arlindo Chinaglia, apoiado pelo PDT e PCdoB, e o candidato do PSB, Júlio Delgado, apoiado pelo PSDB, PPS e Rede.

Infelizmente, o forte presidencialismo brasileiro leva a que os grandes partidos e mesmo os eleitores foquem sua atenção nos candidatos a presidente, esquecendo da importância do Congresso. No regime parlamentarista, a relação entre governo e parlamentares fica mais clara.

Só há um jeito de evitar que o Centrão dê as cartas na próxima legislatura: o voto dos eleitores. Assim, os movimentos cívicos pela ética surgidos recentemente, os antigos e novos movimentos sociais, as organizações da sociedade civil, a imprensa, a universidade e a intelectualidade têm uma grande responsabilidade: esclarecer os brasileiros da importância das eleições parlamentares e de votar em candidatos que tenham compromisso programático com o fortalecimento das instituições democráticas e com o interesse público.