A eleição de deputado será tão importante quanto a
de presidente
O
vencedor nas eleições presidenciais de 2018 dependerá fortemente dos deputados
e senadores para governar o país. Muitas das medidas necessárias para a
retomada do crescimento econômico e da geração de emprego e renda dependem da
aprovação do Congresso. Algumas delas são mudanças na Constituição e precisam
do voto de 2/3 dos congressistas.
Há algum
tempo formou-se na Câmara o Centrão, um forte bloco de partidos fisiológicos,
atualmente composto pelo PP, DEM, PR, PRB e SD. Algumas vezes a eles se juntam
o PTB e o PSD.
O Centrão
é o que há de mais atrasado e conservador no Congresso, formado principalmente
por deputado do chamado “baixo clero” e já elegeu presidentes da Câmara como
Severino Cavalcanti e Inocêncio de Oliveira, derrotando os grandes partidos.
Foi esse
bloco que se juntou ao PMDB para eleger o deputado Eduardo Cunha presidente da
Câmara em 2015, derrotando o candidato do PT, Arlindo Chinaglia, apoiado pelo
PDT e PCdoB, e o candidato do PSB, Júlio Delgado, apoiado pelo PSDB, PPS e
Rede.
Infelizmente,
o forte presidencialismo brasileiro leva a que os grandes partidos e mesmo os
eleitores foquem sua atenção nos candidatos a presidente, esquecendo da
importância do Congresso. No regime parlamentarista, a relação entre governo e
parlamentares fica mais clara.
Só há um
jeito de evitar que o Centrão dê as cartas na próxima legislatura: o voto dos
eleitores. Assim, os movimentos cívicos pela ética surgidos recentemente, os
antigos e novos movimentos sociais, as organizações da sociedade civil, a
imprensa, a universidade e a intelectualidade têm uma grande responsabilidade: esclarecer
os brasileiros da importância das eleições parlamentares e de votar em
candidatos que tenham compromisso programático com o fortalecimento das
instituições democráticas e com o interesse público.