O velho “liberalismo” de Paulo
Guedes
O
futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, é um economista ultraliberal. Para
ele, o principal mal da economia no mundo é a intervenção do Estado e sua
regulamentação.
Ele
é crítico não só das experiências estatistas das do tipo do socialismo
soviético, como também da regulação social de mercado feita pela
social-democracia na Europa ocidental e nos Estados Unidos.
É
um direito dele defender suas ideias de Estado mínimo, bem como de os eleitores
aprovarem sua proposta.
Ainda
no plano do debate da ideias, podemos lembrar que é quase consenso entre os
economistas que uma das causas determinantes das graves crises do capitalismo
em 1929 e em 2007 foi a falta de regulamentação dos mercados.
Como
se sabe, a quebra da bolsa de Nova York, em 1929, levou à Grande Depressão da
década de 1930, com falências de empresas e milhões de desempregados em todo o
mundo.
A
crise das hipotecas de 2007 atirou o mundo na Grande Recessão, atingindo
diversos países, principalmente aqueles com fragilidades nas contas públicas,
como os PIIGS.
Quem
salvou o capitalismo da ruína foi o Estado, com programa de incentivo, obras
públicas e regulamentação. Foram os social-democratas Franklin Roosevelt com o
seu New Deal na década de 1930, baseado nas ideias do economista John Keynes, e
Barack Obama, o Fed e o BCE com os estímulos, que tiraram a economia mundial do
vinagre.
Porém,
o debate sai do plano das ideias. O economista Paulo Guedes está sendo
investigado por ter ficado bilionário com negócios com os fundos de pensão dos
funcionários de empresas estatais, controlados por gente ligada ao PT, e cujos
investimentos sempre foram politicamente orientados. (1)
Após
as investigações é que poderemos ver se o “liberalismo” de Paulo Guedes é o
velho capitalismo de compadre que nunca largou as tetas do Estado. E se para
ele vale o ditado “faça o que digo, não faça o que eu faço”.
NOTA
(1)
Procuradoria investiga guru de Bolsonaro sob suspeita de fraude
Ministério
Público apura indícios em negócios de Paulo Guedes com fundos de pensão; ele
não comenta
Trechos
da reportagem da Folha de São Paulo:
“Para
o MPF, há "relevantes indícios de que, entre fevereiro de 2009 e junho de
2013, diretores/gestores dos fundos de pensão e da sociedade por ações
BNDESPar" se consorciaram "com o empresário Paulo Roberto Nunes
Guedes, controlador do Grupo HSM".
A
intenção seria a de cometer "crimes de gestão fraudulenta ou temerária de
instituições financeiras e emissão e negociação de títulos imobiliários sem
lastros ou garantias".
Na
época, a Previ era gerida por Sérgio Rosa, e o Petros, por Wagner Pinheiro
—militantes históricos do PT, ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, preso em Curitiba e condenado pelo caso do tríplex.
Já
o Postalis estava sob o comando de Alexej Predtechensky, cujos padrinhos
políticos eram do MDB.
A
apuração foi instaurada pela força-tarefa da Operação Greenfield, que mira
esquemas de pagamento de propina em fundos de pensão, com base em relatórios da
Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar).”
Reportagem
completa:
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Público abre nova investigação sobre Paulo Guedes
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busca supostas fraudes em investimentos com recursos de fundos de pensão;
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