Paz, democracia e prosperidade
O
atentado sofrido pelo deputado Jair Bolsonaro merece o mais firme repúdio de
todos os cidadãos que amam a paz e a democracia. Não há lugar para tergiversação.
A violência deve ser severamente condenada e punida.
A tentativa
de eliminação física ou política de adversários é característica dos regimes
totalitários, tanto de esquerda (comunismo), quanto de direita
(fascismo/nazismo) e representa um trágico retrocesso civilizatório.
Como
sabemos, a política começou com a vida civilizada. A raiz etimológica da
palavra vem do grego Polis, que significa cidade.
Com a
revolução agrícola, há cerca de 8 mil anos, a humanidade pôde evoluir de hordas
bárbaras nômades para se estabelecer em aldeias e depois em cidades.
A vida na
Polis exigiu a necessidade de organizar a esfera pública. Daí nasceu a
política, quando os cidadãos deixaram os limites estreitos da vida privada e
passaram a atuar em prol do interesse comum.
Estabeleceu-se
o que os romanos posteriormente chamariam de a República (do latim res publica,
"coisa pública").
Desde
então, foi longa e acidentada a caminhada dos humanistas para que se
estabelecessem as democracias modernas, de vigência plena do Estado de Direito,
de respeito às leis e às liberdades individuais e coletivas.
Dos
iluministas aos seus filhos diretos, os liberal-democratas e socialistas
democráticos, surgiu o consenso de que a democracia tem a responsabilidade pelo
bem-estar de todos.
A
política não deve ser um circo romano de gladiadores prontos a eliminar
adversários, mas a ágora na qual os cidadãos discutam suas ideias para
construir uma solução comum dos problemas da vida em sociedade.
Mais do
que nunca, o Brasil precisa da boa convivência democrática. O país precisa de
paz, democracia, diálogo e moderação para estabelecer um novo pacto político e
social que nos tire da crise e nos leve à prosperidade.
Cláudio
de Oliveira, jornalista e cartunista
O quadro
que ilustra este artigo: Discurso fúnebre de Péricles, de Philipp Foltz (1852)
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