sexta-feira, 7 de setembro de 2018


Paz, democracia e prosperidade

O atentado sofrido pelo deputado Jair Bolsonaro merece o mais firme repúdio de todos os cidadãos que amam a paz e a democracia. Não há lugar para tergiversação. A violência deve ser severamente condenada e punida.

A tentativa de eliminação física ou política de adversários é característica dos regimes totalitários, tanto de esquerda (comunismo), quanto de direita (fascismo/nazismo) e representa um trágico retrocesso civilizatório.

Como sabemos, a política começou com a vida civilizada. A raiz etimológica da palavra vem do grego Polis, que significa cidade.

Com a revolução agrícola, há cerca de 8 mil anos, a humanidade pôde evoluir de hordas bárbaras nômades para se estabelecer em aldeias e depois em cidades.

A vida na Polis exigiu a necessidade de organizar a esfera pública. Daí nasceu a política, quando os cidadãos deixaram os limites estreitos da vida privada e passaram a atuar em prol do interesse comum.

Estabeleceu-se o que os romanos posteriormente chamariam de a República (do latim res publica, "coisa pública").

Desde então, foi longa e acidentada a caminhada dos humanistas para que se estabelecessem as democracias modernas, de vigência plena do Estado de Direito, de respeito às leis e às liberdades individuais e coletivas.

Dos iluministas aos seus filhos diretos, os liberal-democratas e socialistas democráticos, surgiu o consenso de que a democracia tem a responsabilidade pelo bem-estar de todos.

A política não deve ser um circo romano de gladiadores prontos a eliminar adversários, mas a ágora na qual os cidadãos discutam suas ideias para construir uma solução comum dos problemas da vida em sociedade.

Mais do que nunca, o Brasil precisa da boa convivência democrática. O país precisa de paz, democracia, diálogo e moderação para estabelecer um novo pacto político e social que nos tire da crise e nos leve à prosperidade.

Cláudio de Oliveira, jornalista e cartunista

O quadro que ilustra este artigo: Discurso fúnebre de Péricles, de Philipp Foltz (1852)

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