sábado, 29 de setembro de 2018


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5- Marina é comunista?

Marina foi eleita vereadora em 1988, deputada estadual em 1990 e senadora em 1994, sempre pelo PT.

Nos anos 1980, ela havia ingressado no Partido Revolucionário Comunista, que se abrigaria no PT. O PRC se dissolveu em 1989, dando origem a duas diferentes petistas: Tendência Marxista e Nova Esquerda.

Socialdemocracia?

A corrente Nova Esquerda abandonou a ortodoxia comunista e se transformou na Democracia Radical, a tendência mais moderada do PT, da qual Marina fez parte e era liderada pelo então deputado José Genoino.

A Democracia Radical aderiu as ideias do socialismo democrático, o que a aproximava da socialdemocracia e de partidos como o PPS, o PSB, o PDT e o PSDB.

Defensores da democracia como valor universal, Genoíno e Marina passaram a  críticos das experiências socialistas autoritárias, inclusive do regime cubano.

Aliança com a centro-esquerda

Assim como Genoino, Marina defendeu alianças com outros partidos da centro-esquerda, inclusive com aqueles mais ao centro, caso do PSDB.

No Acre, o grupo político de Marina praticou uma política moderada e de aliança com os partidos democráticos reformistas.

Em 1994, Tião Viana foi eleito governador do Acre pelo PT em aliança com o PSDB e apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Marina deixou o PT em 2009 e foi para o PV para concorrer à Presidência em 2010. Concorreu pelo PSB em 2014 e agora disputa pela Rede Sustentabilidade.

Ela tem como assessores economistas próximos de um social-liberalismo como Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Resende, este último um dos formuladores do Plano Real.

A exemplo do que ocorre com muitos ambientalistas no Brasil e no mundo, ao lado de uma pauta ambiental, Marina e a Rede defendem um programa geral de tendência socialdemocrata.

Diálogo com o centro

Marina tem sido coerente com suas posições do tempo em que foi da corrente petista Democracia Radical.

Ainda como senadora do PT, Marina defendeu um diálogo com o PSDB para que o governo Lula não ficasse refém dos partidos fisiológicos e mais conservadores no Congresso. (1)

Com o estouro do mensalão, Lula e a ala de José Dirceu haviam preferido se aliar ao PMDB de Sarney e Temer.


Na eleição de 2014, Marina honrou o acordo de apoio mútuo no segundo turno feito entre o PSB de Eduardo Campos e o PSDB de Aécio Neves.

Mas Marina tem dificuldades de por em prática o diálogo com o centro.

Quando disputava a Presidência em 2014, ela não se engajou na campanha da coligação PSDB-PSB, vencedora no 1º turno da eleição para o governo de SP com a chapa Alckmin-Márcio França.

O principal adversário da chapa PSDB-PSB era a coligação conservadora liderada por Paulo Skaf, do PMDB em aliança com o PP de Maluf e o PSD de Kassab. (2)

A grande dificuldade de Marina no atualpleito é a sua falta de estrutura partidária. Isolada de alianças amplas, ela foi ultrapassada por outras candidaturas de perfil de centro-esquerda.

Marina não conseguiu transformar seu prestígio em estrutura partidária. Sua Rede Sustentabilidade e partidos próximos como PV e PPS terão dificuldades com o aumento da cláusula de barreira.

Palavra final

Quem for eleito presidente, dificilmente fará uma política socialdemocrata e desenvolvimentista com um déficit orçamentário na casa dos R$ 130 bilhões. Políticas sociais e ampliação da infraestrutura requerem investimento público.
A principal despesa do governo, mais de 60%, é com benefícios previdenciários, deixando o investimento público nos patamares históricos inferiores a 2% do PIB. Assim, avalio que uma reforma da Previdência é de fato incontornável.

ANTERIORES

1 - BOLSONARO É NAZISTA?
2 – HADDAD É COMUNISTA?
3- CIRO É ESQUERDISTA?

NOTAS

(1) De feliz memória

 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz3006200806.htm

Renda básica na política

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0902200906.htm

(2) A chapa conservadora PMDB-PP-PSD foi defendida por Dilma e Lula:
A PMDB Dilma diz ter dois candidatos para derrotar tucanos em SP; ouça

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