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5- Marina é comunista?
Marina foi eleita vereadora em 1988,
deputada estadual em 1990 e senadora em 1994, sempre pelo PT.
Nos anos 1980, ela havia ingressado no
Partido Revolucionário Comunista, que se abrigaria no PT. O PRC se dissolveu em
1989, dando origem a duas diferentes petistas: Tendência Marxista e Nova Esquerda.
Socialdemocracia?
A corrente Nova Esquerda abandonou a
ortodoxia comunista e se transformou na Democracia Radical, a tendência mais
moderada do PT, da qual Marina fez parte e era liderada pelo então deputado
José Genoino.
A Democracia Radical aderiu as ideias do
socialismo democrático, o que a aproximava da socialdemocracia e de partidos
como o PPS, o PSB, o PDT e o PSDB.
Defensores da democracia como valor
universal, Genoíno e Marina passaram a críticos das experiências socialistas
autoritárias, inclusive do regime cubano.
Aliança com a centro-esquerda
Assim como Genoino, Marina defendeu
alianças com outros partidos da centro-esquerda, inclusive com aqueles mais ao
centro, caso do PSDB.
No Acre, o grupo político de Marina
praticou uma política moderada e de aliança com os partidos democráticos
reformistas.
Em 1994, Tião Viana foi eleito governador
do Acre pelo PT em aliança com o PSDB e apoio do presidente Fernando Henrique
Cardoso.
Marina deixou o PT em 2009 e foi para o
PV para concorrer à Presidência em 2010. Concorreu pelo PSB em 2014 e agora
disputa pela Rede Sustentabilidade.
Ela tem como assessores economistas próximos
de um social-liberalismo como Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara
Resende, este último um dos formuladores do Plano Real.
A exemplo do que ocorre com muitos
ambientalistas no Brasil e no mundo, ao lado de uma pauta ambiental, Marina e a
Rede defendem um programa geral de tendência socialdemocrata.
Diálogo com o centro
Marina tem sido coerente com suas
posições do tempo em que foi da corrente petista Democracia Radical.
Ainda como senadora do PT, Marina
defendeu um diálogo com o PSDB para que o governo Lula não ficasse refém dos
partidos fisiológicos e mais conservadores no Congresso. (1)
Com o estouro do mensalão, Lula e a ala
de José Dirceu haviam preferido se aliar ao PMDB de Sarney e Temer.
Na eleição de 2014, Marina honrou o
acordo de apoio mútuo no segundo turno feito entre o PSB de Eduardo Campos e o
PSDB de Aécio Neves.
Mas Marina tem dificuldades de por em
prática o diálogo com o centro.
Quando disputava a Presidência em 2014, ela
não se engajou na campanha da coligação PSDB-PSB, vencedora no 1º turno da
eleição para o governo de SP com a chapa Alckmin-Márcio França.
O principal adversário da chapa PSDB-PSB era
a coligação conservadora liderada por Paulo Skaf, do PMDB em aliança com o PP
de Maluf e o PSD de Kassab. (2)
A grande dificuldade de Marina no atualpleito
é a sua falta de estrutura partidária. Isolada de alianças amplas, ela foi
ultrapassada por outras candidaturas de perfil de centro-esquerda.
Marina não conseguiu transformar seu
prestígio em estrutura partidária. Sua Rede Sustentabilidade e partidos
próximos como PV e PPS terão dificuldades com o aumento da cláusula de
barreira.
Palavra final
Quem for eleito presidente, dificilmente
fará uma política socialdemocrata e desenvolvimentista com um déficit
orçamentário na casa dos R$ 130 bilhões. Políticas sociais e ampliação da
infraestrutura requerem investimento público.
A principal despesa do governo, mais de
60%, é com benefícios previdenciários, deixando o investimento público nos
patamares históricos inferiores a 2% do PIB. Assim, avalio que uma reforma da
Previdência é de fato incontornável.
ANTERIORES
1 -
BOLSONARO É NAZISTA?
2 –
HADDAD É COMUNISTA?
3- CIRO É
ESQUERDISTA?
4-
ALCKMIN É DIREITISTA? https://brasildemocraticoesocial.blogspot.com/2018/09/normal-0-false-false-false-pt-br-ja-x_43.html
NOTAS
(1) De feliz memória
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz3006200806.htm
Renda básica na
política
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0902200906.htm
(2) A chapa conservadora PMDB-PP-PSD foi
defendida por Dilma e Lula:
A PMDB Dilma diz ter dois candidatos
para derrotar tucanos em SP; ouça
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